Como funciona um pet shop

Por definição, um pet shop é um estabelecimento comercial que visa oferecer produtos e serviços destinados aos animais domésticos. Apesar da reconhecida oferta de banho e tosa, o segmento passou por diversas modificações com o objetivo de acompanhar a crescente demanda populacional. Atualmente, no Brasil, o mercado de pet shops movimenta aproximadamente 20 bilhões de reais por ano, e estima-se que o país seja o segundo maior mercado global em produtos pet, com participação mundial de 6,4%, atrás somente dos Estados Unidos.

A consolidação do setor de pet shop ocorreu principalmente devido às mudanças no estilo de vida da população. O declínio das taxas de natalidade, menor número de filhos por família e aumento do número de pessoas morando sozinhas são fatores que evidenciam os animais de estimação como uma alternativa de companhia. Nesse sentido, tal fato representa uma oportunidade aos que buscam empreender na área.

Inicialmente, para quem deseja atuar nesse segmento, é fundamental estudar o mercado e entender o funcionamento de um pet shop. O primeiro passo é formalizar-se a fim de atender exigências fiscais e tributárias, e ponderar sobre a necessidade de contratar funcionários. O segmento de pet shops pode ser contemplado no regime do Simples Nacional, o qual atende as microempresas e empresas de pequeno porte. De acordo com esse regime, o faturamento anual do estabelecimento não deve ultrapassar 360 mil reais por ano para microempresa e 4,8 milhões de reais para empresa de pequeno porte. Além disso, o segmento de lojas de animais de estimação também permite a opção pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real, a depender das características do empreendimento.

Um pet shop pode oferecer diversos tipos de serviços, como vendas de produtos para animais de estimação, incluindo alimentos, artigos e acessórios, serviços de banho, tosa e atendimento estético ao bem-estar animal, adestramento, hospedagem, além de serviços veterinários. Dessa forma, o investimento inicial deve considerar todas as atividades que o empreendedor visa oferecer.

Com isso, a próxima etapa envolve a escolha do ponto comercial adequado para o estabelecimento, considerando a localização, o tamanho da loja, aspectos urbanísticos e de infraestrutura, como pontos de transporte coletivo, a estrutura do mercado local, a proximidade geográfica com concorrentes, dentre outros fatores. A facilidade de acesso, o atendimento de qualidade aos clientes e o bem-estar dos animais de estimação são também fatores que devem ser considerados como prioridade na escolha do ponto comercial. Além disso, considerando a mudança de comportamento dos consumidores e o mercado crescente de produtos online no Brasil, é importante destacar a necessidade de desenvolver um e-commerce visando expandir as vendas e atender às exigências de forma ampla.

De acordo com o Sebrae, é recomendado iniciar a atividade com um baixo investimento de capital e ofertando os serviços básicos de um pet shop, até que o empreendedor reconheça o funcionamento de sua empresa e se estabeleça no mercado. Dessa forma, o Sebrae estima um investimento médio inicial de aproximadamente R$ 2.500 no aluguel do ponto comercial, considerando um estabelecimento de 50 m2, tamanho apropriado para atender atividades básicas ofertadas por um pet shop.

A etapa posterior envolve a reforma, um dos fatores que mais exigem investimento para o funcionamento de uma loja desse segmento, devido aos requerimentos de adequação, considerando a metragem do imóvel e seu estado de conservação. O Sebrae aponta um valor mínimo aproximado de R$ 30.000. Após o fim da reforma, também é necessário ponderar sobre o custo de aquisição dos equipamentos e do mobiliário do estabelecimento. Dentre os itens essenciais, constam expositores, balcões, prateleiras, além do material de escritório, como computadores, telefones e impressoras. Esse é o segundo item de maior investimento de um pet shop, o qual pode atingir um valor de até R$ 25.000.

O capital de giro é um fator por muitas vezes esquecido pelos empreendedores. No entanto, ele é fundamental para que o negócio permaneça ativo e com dinheiro em caixa, pois deve-se considerar o tempo entre o gasto com a compra de produtos e pagamentos e a entrada de receitas. Nesse sentido, um capital de giro adequado a um pet shop varia entre 10% a 20% do investimento no setor, o que representa um valor aproximado de R$ 8.000.

Considerando todos os fatores mencionados, o funcionamento de um pet shop demanda um gasto inicial aproximado de R$ 80.000. Além da estrutura adequada, o empreendedor deve considerar investir em materiais de divulgação e em marketing digital, a fim de expandir sua marca e torná-la conhecida. O Sebrae recomenda que seja destinado um capital de R$ 2.000 para a criação de um logo, identidade visual da loja, desenvolvimento de um site oficial e divulgação de conteúdo em mídias sociais, como Instagram e Facebook.

Em síntese, o funcionamento de um pet shop não requer somente vocação e força de vontade por parte do empreendedor, mas também um planejamento financeiro sólido, visando manter um negócio consistente e capaz de amenizar possíveis riscos que podem ocorrer devido ao desequilíbrio entre receitas e despesas, uma razão comum que provoca a falência de estabelecimentos comerciais do setor. Muitos pet shops trabalham com raças específicas de cachorro, como o Shiba Inu, por exemplo (a raça que serviu como ícone da moeda Dogecoin).

Por fim, cabe afirmar que relatórios recentes do Sebrae apontam que o segmento de pet shops encontra-se em ampla expansão no Brasil. No entanto, apesar de representar um setor promissor em âmbito nacional, é válido evidenciar a expressiva concorrência e as dificuldades que acompanham qualquer tipo de negócio. Portanto, cabe ao empreendedor realizar um estudo profundo sobre o potencial de mercado em sua região, a demanda da clientela e depositar energia e dedicação, especialmente no período inicial de atividades.

De fato, o funcionamento de um pet shop demanda visão estratégica e comercial, além de exigir do empreendedor a busca por funcionários sintonizados e experientes. O empresário deve considerar a oferta de cursos e treinamento especializado ao seu quadro de funcionários visando a qualidade do serviço, o bom atendimento aos consumidores e aos animais de estimação e a promoção de um ambiente agradável, a fim de desenvolver uma gestão operacional, administrativa e financeira adequada e confortável à empresa.

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